como trabalhamos

Trata-se de buscar espaços sociais com o objetivo de criar laço entre o projeto Segunda Letra e a cidade. Nessas atividades buscamos lugares com acessibilidade para atividades educativas, de lazer, esportivas, artísticas e culturais em lugares públicos (museus, salas de espetáculos, clubes, cinemas, eventos festivos públicos, etc), dando ênfase às oferecidas pela comunidade local. Visamos ainda promover encontros, debates e conferências que abordem temas relativos a esse trabalho.

Atividades de extensão:

Atendimento de pais e suporte às famílias:

Atendimento fundamental para reafirmar uma parceria contando com a participação da família como testemunha da história pessoal e colaboradores importantes no processo. Pretendemos apoiar os pais no dia a dia da família, bem como no manejo de sua angústia na relação com os filhos.

Além dessas atividades são propostas esporadicamente outras modalidades, como por exemplo culinária, jardinagem, oficinas com computador, etc.

A Segunda Letra tem a psicanálise como direção de intervenção. Visamos, além de um tratamento singular à pessoa acolhida, a atenção às famílias e à comunidade na qual estão inseridos. De acordo com a ética do caso a caso, buscamos possibilitar o bem estar e o desenvolvimento de cada sujeito acolhido, com especial atenção às características individuais, habilidades e capacidades de expressão pessoal. Através do acolhimento, desenvolvemos um Projeto Terapêutico singular, elaborado pela equipe.

Nossas experiências clínicas com o autismo nos ensinam que o trabalho em equipe, com profissionais de diversas áreas é fundamental e enriquecedor. O trabalho "entre vários" proporciona às pessoas do espectro autístico um contato ameno frente ao Outro (que muitas vezes é sentido como invasivo e ameaçador). O Outro institucional (constituído pelos vários profissionais e os outros acolhidos) aplaca a angústia e possibilita um consentimento ao laço social, uma vez que a instituição se propõe a ser um espaço de experimentação de relações coletivas nas diferentes modalidades oferecidas

Cada pessoa acolhida participa de diversas atividades, estabelecidas a partir da elaboração prévia do Projeto Terapêutico singular, que vai definir o número de vezes e quais atividades ela vai participar. Assim, apesar de oferecermos, a princípio, algumas oficinas específicas, elas serão sempre suscetíveis a novos formatos e variações de acordo com a necessidade ou demanda individual.

Temos atividades individuais e coletivas. Nossa prática tem nos mostrado a importância do convívio e o prazer extraído entre as crianças com o grupo. Assim, alguns ateliês são propostos em grupo tendo um objetivo ao mesmo tempo coletivo e individual, a fim de permitir que cada indivíduo possa desenvolver suas capacidades únicas em seu próprio ritmo e, também, crescer com o grupo, partilhar e aprender com o outro. Para isso, há sempre um profissional em número proporcional ao número de crianças acolhidas, mesmo nos ateliês feitos em grupo.

O espaço visa um encontro onde o essencial é a escuta do sujeito. Visa ampliar o consentimento ao Outro e promover encontros inéditos do sujeito com seu próprio desejo.

Trata-se de um espaço de escuta das crianças e de seus pais / cuidadores, com seus sofrimentos, angústias e perguntas. Hoje sabemos que, desde o nascimento, um bebê já expressa sinais de sofrimento e, quanto mais cedo for realizada uma intervenção, mais chance de mudanças.

A integração sensorial visa a organização de informações sensoriais provenientes de diferentes canais sensoriais e promove a habilidade de relacionar estímulos de um canal a outro, de forma a emitir uma resposta adaptativa e funcional. O atendimento da T.O. visa a organização das sensações do corpo e do ambiente para possibilitar a consciência do próprio corpo.

A fonoaudiologia tem como objetivo favorecer o desenvolvimento das diferentes formas de comunicação, como a linguagem corporal, a linguagem oral, a leitura e a escrita. As habilidades comunicativas são indispensáveis para que a criança consiga interagir em todos os diferentes contextos, como o convívio social, o lazer e a vida cotidiana. A constituição da linguagem envolve a aquisição de funções (fonologia, vocabulário, fluência e pragmática) e habilidades (motoras, sensoriais, linguísticas, cognitivas e neuropsicológicas) que vão favorecer a capacidade de compreender e expressar-se em interação. Nas oficinas são desenvolvidos os recursos de comunicação favorecendo a interação com o meio. O atendimento terapêutico abrange várias especialidades e áreas de atuação da fonoaudiologia, como a linguagem, a voz, a motricidade orofacial, a audiologia, a fonoaudiologia educacional, a disfagia, a fonoaudiologia neurofuncional e a fonoaudiologia do sono.

A oficina tem como objetivo detectar pontos de marca do sujeito, consequentes de seu contato com a linguagem; estimular os vários níveis dessa estruturação - marca pessoal, corpo e relação com o outro - acompanhando as mínimas sequências, signos e vestígios de enredo apresentados, tentando definir em que ponto o sujeito se encontra.

No ateliê de artes propõe-se o encontro artístico e criativo, onde a partir da improvisação, trabalhamos as múltiplas linguagens artísticas de acordo com o interesse singular demonstrado por cada sujeito atendido. Contando com profissionais de formações plurais (dança, música, capoeira, artes plásticas, artes visuais, pintura, cerâmica, etc), os ateliês oferecem um espaço de criação livre, provocador de experiências, valorizando um percurso de sensibilização plástica, espacial, temporal, corporal, poética, narrativa, musical, promovendo rastros como potência para criação de novas experiências.

Buscamos elaborar diversas atividades pedagógicas específicas para estimular as pessoas acolhidas e servir como mediadoras de sua relação com o saber e com o aprendizado. Buscamos desenvolver habilidades educativas, bem como o incentivo à leitura e à escrita, de acordo com as aptidões de cada um. Além disso, prezamos pelo trabalho em equipe junto às outras atividades das quais nossos clientes participam, como, por exemplo, a escola. Contribuir para que a escola tenha um lugar de relevância no desenvolvimento exige troca de informações e acompanhamento cuidadoso, que os profissionais da área psicopedagógica terão como objetivo permanente.